terça-feira, 24 de abril de 2007

JSD/AVEIRO elege Conselheiro Nacional


No passado fim de semana realizou-se em Espinho o XIX Congresso Nacional da JSD e as consequentes eleições para os orgãos nacionais da Jota. Deste modo, Bruno Costa, presidente de secção da JSD/Aveiro integrou a lista A ao conselho nacional da JSD, afecta a Pedro Rodrigues e foi eleito, algo que já não acontecia desde a eleição de Pedro Ferreira, actual Vereador da Câmara Municipal de Aveiro. Podemos denominar este momento como o regresso de Aveiro ao lugar onde sempre quer estar representada.


A ele e aos demais eleitos os mais sinceros parabéns!!!



O Congresso da JSD

A sessão de encerramento

O hino da JSD

Marques Mendes a discursar aos congressistas

Pedro Rodrigues no discurso de encerramento

Moção Sectorial "Primeira Via-Liderar a Juventude Portuguesa"

www.primeiravia.org

segunda-feira, 23 de abril de 2007

O Novo Presidente da JSD Nacional

Pedro Rodrigues

Moção Sectorial "Salvem a Ria"

«Ria de Aveiro é a mais importante laguna do litoral português. Tendo como base o cordão litoral entre Carregal do Sul (concelho de Ovar) e Poço da Cruz (concelho de Mira), apresenta um comprimento máximo de 45 quilómetros. Entre o Bico de Muranzel e Fermelã a sua largura máxima chegam aos 11 quilómetros, evidenciando uma largura média de 2 quilómetros. A área húmida lagunar varia entre 43 quilómetros quadrados em baixa-mar, e 47 quilómetros quadrados, em preia-mar. A laguna acolhe como principais correntes fluviais as provenientes, a norte, dos rios Vouga, Antuã e Fontão e, a sul, do rio Boco. Para além destes fluxos principais, vários riachos e inúmeras correntes pluviais correm igualmente para a laguna. Apesar da elevada contribuição de água marinha e dos fortes caudais de água doce, a profundidade é, na generalidade da laguna, baixa, variando entre 1 m nos extremos e 10 m na barra e canais de tráfego portuário.»
in Os Peixes da Ria de Aveiro, de José Eduardo Rebelo e Lúcia Pombo

A Ria de Aveiro

A Ria de Aveiro é o resultado do recuo do mar, mas mais do que isso, é uma forma de identificação cultural, ambiental e geográfica de toda a região envolvente. Esta laguna constitui um dos mais importantes e belos acidentes hidrográficos da costa portuguesa. Abarca onze mil hectares, dos quais seis mil estão permanentemente alagados. Nela desaguam os rios Vouga, Antuã e Boco. Rica em peixes e aves aquáticas, possui grandes planos de água, locais de eleição para a prática de desportos náuticos. Muito especialmente no norte da Ria, os barcos moliceiros, ostentando coloridos e ingénuos painéis decorativos, continuam a apanhar moliço, fertilizante de eleição, hoje ecologicamente revalorizado, que transforma solos estéreis de areia em ubérrimos terrenos agrícolas.

O Ambiente

A região lagunar é detentora de uma conjugação de fauna e flora com características únicas. Diversas espécies de aves e de peixes encontraram nesta região o local ideal para nidificar e procriarem. Consequência desta preferência é a riqueza natural da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto. A conjugação entre os diversos factores do meio envolvente foram durante anos prossecutores desta atracção, mas a poluição, as alterações climáticas e o consequente avanço do mar, conjugado com o crescente assoreamento da laguna têm sido deveras prejudiciais face a uma questão ambiental que cada vez mais tem de ser uma bandeira da JSD.

A Economia

A Ria é um factor de dinamização económica fundamental da região devido a diversos factores, pois baseado nesta laguna subsiste um certo estrato do sector primário, que utiliza os mais diversos materiais adjacentes da ria com vista a fertilizar as terras de cultivo, e para uso na pecuária. È também na conjugação dos mais diversos factores entre água salgada e água doce que surgem as salinas, fonte de rendimento ao longo dos anos, mas que devido ao esquecimento das entidades responsáveis estão muitas delas abandonadas e outras a serem utilizadas para outros fins, tal como a cultura de peixes. A única entrada para o mar é o canal que corta o cordão litoral entre a Barra de Aveiro e São Jacinto, e é por esta passagem que acedem ao Porto de Aveiro embarcações de grande calado. O Porto de Aveiro, que comemora duzentos anos é uma infra-estrutura que é também um pólo dinamizador, em termos económicos, de toda a região, por ser um dos principais meios para criar fluxos empresariais de importação e exportação.

O Turismo

A Ria deveria ser um eixo fundamental na promoção e prossecução do turismo na região de Aveiro. Neste momento esse é um património que se encontra por explorar, devido a diversas problemáticas. O turismo ambiental seria um caminho a tomar, resolvido o grave problema do assoreamento da laguna. O barco Moliceiro que outrora era destinado à colheita e transporte da vegetação na Ria de Aveiro passaria a ser um possível veio dinamizador, pois é uma referência turística. A Reserva Natural de São Jacinto nesta conjugação de esforços para dinamização turística da região seria também um elemento fundamental. O turismo desportivo será sempre um caminho a ser explorado, pois os diversos espelhos de água existentes na laguna são um importante atractivo para desportos aquáticos. Aveiro é a cidade dos canais, e o um grande número de canais na cidade poderia ser dinamizador da navegação no Ria e do turismo e sua consequente oferta a outro tipo de público e outro tipo de oferta turística.

O Futuro

Os problemas existem, estão identificados, o caminho é um só, o de salvar a Ria de Aveiro. Já foi dado tempo suficiente a um Governo que tudo prometeu e nada executa. Urge tomar decisões tais como as prometidas por José Sócrates, em 2005, e constituir algo que é uma pretensão local, um organismo local que tutele e que tenha sobre a sua alçada a laguna aveirense.

A Juventude Social-Democrata deve portanto:

- Assumir a revitalização turística e económica da Ria de Aveiro como gestão de um património natural riquíssimo que urge valorizar.- Defender a criação de um organismo que tutele e faça a gestão da Ria de Aveiro.- Defender a tomada de medidas no sentido de pôr termo ao conjunto de factores que, em termos ambientais colocam em risco a própria Ria, tais como a poluição, as alterações climáticas e o consequente avanço do mar, conjugado com o crescente assoreamento da laguna.


A erosão da costa portuguesa

Muitos autores estimam que cerca de 70 por cento das linhas de costa em todo o mundo estão a ser agredidas pela erosão. O facto tem despertado a atenção de numerosos cientistas, nomeadamente no que diz respeito à compreensão das suas causas e do que fazer para minimizar os prejuízos materiais. Portugal é um dos países da União Europeia que mais sofre com a erosão costeira. O litoral português encontra-se sujeito a uma erosão acentuada. Juntamente com as causas naturais, a intervenção do Homem é um dos factores que tem vindo a potenciar a erosão do litoral. A extracção, todos os anos, de vários milhões de toneladas de areia, contribui para o desgaste da zona costeira. Assim, à vulnerabilidade da nossa costa tem correspondido uma acelerada concentração populacional, acompanhada por um conjunto de actividades que fragilizam ainda mais o litoral. Para além da extracção de areias verificam-se a construção de estradas, a descarga de esgotos, entre outros.
A tendência da erosão na costa portuguesa é para um crescente aumento, a costa da zona de Aveiro, por exemplo, tem uma erosão muito séria aliado a um grande recuo da linha da costa. Os rios trazem cada vez menos sedimentos até à foz. O rio Douro, por exemplo, é o principal contribuinte de sedimentos depositados no mar, mas devido às barragens uma grande quantidade de sedimentos fica aí retida, factor ao qual também se associa as extracções de areias. Por outro lado, os molhes do Porto de Aveiro, os esporões e enrocamentos presentes em todo a área acabam por ser armadilhas para o pouco sedimento disponível. Algumas das soluções passaram pela transferência artificial dos sedimentos do molhe norte para o sul ou pela destruição dos esporões substituindo-os pela re-alimentação artificial das praias. Estas medidas têm os seus encargos mas se avaliarmos os custos da construção de um esporão e a sua manutenção, acaba por ficar mais barato. Foi com esta opção que se recuperaram as praias da Costa Nova e da Barra nas décadas de 1970 e 1980. Os esporões resolvem, pontualmente, o problema, no entanto, transferem-no para sul, uma vez que normalmente não se colmatam. Considerando a importância estratégica da zona costeira, em termos ambientais, económicos e sociais, bem como a sua enorme fragilidade e a situação de risco em que se encontra e que se tem vindo a agravar progressivamente;
Considerando também o conhecimento técnico e científico actual, bem como os estudos e programas desenvolvidos, repara-se que nos últimos anos, o avanço do mar em certas zonas do país atingiu valores que motivam preocupação. O litoral do distrito de Aveiro tem uma taxa média de recuo muito elevado, superior à média nacional. De acordo com os relatórios do próprio Ministério do Ambiente há praias que estão a sofrer um recuo de 2 a 3 metros anuais. Esta preocupante situação justifica a definição de uma estratégia que evite situações desagradáveis. Do ponto de vista ambiental importa ter também uma atenção especial com as consequências directas e indirectas na Ria de Aveiro, Barrinha de Esmoriz e Lagoa de Paramos. Espinho, Ovar, Esmoriz, Cortegaça, Maceda, Furadouro, Barra, Costa Nova, Vagueira e Areão estão identificadas como zonas de elevado risco, onde existe um intenso e generalizado processo erosivo numa costa arenosa baixa, com escassa alimentação aluvionar e que é objecto de um clima de agitação marítimo severo. Por exemplo, nove metros é a média anual de avanço do mar na Praia do Furadouro em Ovar. Têm existido sucessivos alertas para as possíveis consequências do aumento deste desgaste: destruição de casas, estradas e habitats naturais são as consequências mais imediatas. Prevêem-se ainda efeitos nas actividades económicas, nomeadamente envolvendo o turismo. Em conclusão, espera-se um forte impacto ecológico, social e económico devido a este crescente problema, sendo por isso de revelar o quão importante é a intervenção imediata e urgente por parte das autoridades responsáveis, de forma a poder evitar o pior dos cenários.

A Juventude Social-Democrata deve portanto:

- Entender como urgente a promoção de uma gestão integrada e sustentável dos recursos naturais, conciliando com o desenvolvimento socio-económico, a protecção e valorização de todas as áreas costeiras, a requalificação ou mesmo revisão da ocupação urbana nas zonas costeiras de forma a antecipar eventuais riscos associados à erosão.Neste cenário é arrepiante pensar o futuro. Mas quando se trata de proteger pessoas e bens, só uma coisa nos deve mobilizar: agir, e rapidamente porque a necessidade urgente de uma intervenção e de obras de protecção nas praias do distrito de Aveiro, até porque estão em perigo milhares de pessoas e bens materiais.A verdade é só uma, já se tem notado alguma intervenção, tudo isso devido à pressão da comunicação social e dos nossos autarcas. Essa pressão fez com que o Instituto da Água pusesse em marcha uma acção de reforço em algumas praias do distrito de Aveiro, para poder, assim, conseguir estancar a fúria do mar. Pelo menos para já. Estas intervenções pontuais conseguem atenuar o problema por algum tempo, mas não resolvem a questão de fundo. «Não será mais sensato e realista deslocar as populações das zonas ameaçadas pelo mar do que tentar deter o mar?»

Esta indiferença e ausência de resposta do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional são altamente preocupantes.