segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Hugo Soares é o novo líder da JSD


O novo presidente da Juventude Social-Democrata (JSD) divide o tempo entre Braga e Lisboa. Na terra onde nasceu, no Norte do país, mantêm-se abertas as portas do escritório onde exerce advocacia desde que acabou o curso de Direito, há cinco anos. Um garante da “independência em relação à política”, explica. Na capital estão as responsabilidades enquanto deputado – Hugo Soares é um estreante nesta XII legislatura, desdobrando-se entre as comissões de Assuntos Constitucionais, de Defesa Nacional, a comissão parlamentar de inquérito à nacionalização do BPN e a coordenação do grupo de trabalho que acompanha a aplicação de medidas de combate à corrupção. No final da semana, as horas que sobram têm destino certo, depois de há duas semanas ter visto nascer o primeiro filho. E desde ontem, nova nota na agenda pessoal: aos 29 anos, assume a presidência da JSD.
A moção que levou ao XXII Congresso da JSD é um espelho fiel daquilo que foram as experiências de Hugo Soares nos últimos anos. Sob o chapéu da “revisão constitucional”, o deputado social-democrata defende que o governo deve tomar uma posição assertiva em relação, por exemplo, a temas como a promoção da natalidade, ao mesmo tempo que se revela com um prato forte em defesa do fim da tendencial gratuitidade da saúde e do ensino básico em Portugal.
Mas, nas suas palavras, Hugo Soares enfatiza sobretudo a necessidade de “credibilizar aquilo que é a actuação política”, levantando para isso o véu da “criminalização” das decisões dos detentores de cargos públicos que, no exercício das suas funções, tenham prejudicado as contas do país, uma medida já aprovada no parlamento mas que mereceu o chumbo do Tribunal Constitucional. “Temos de ser determinados ao exigir que o limite ao endividamento público – a chamada regra de ouro – seja consagrado na Constituição” porque “não queremos que façam às próximas gerações o que fizeram à nossa”, diz.
Numa antevisão do mandato, Hugo Soares garante que nos próximos dois anos a JSD vai continuar a ter “autonomia total em relação ao partido”. Mas não se espere que daí surjam confrontos com a coligação: “Vamos estar ao lado de um governo de salvação nacional”, ressalva o futuro líder da jota, para quem as políticas seguidas pelo actual governo são “o único caminho” possível para que o país acerte o passo com as contas públicas.
Chega à presidência da JSD quase vinte anos depois de o actual primeiro-ministro ter estado no mesmo lugar. Sobre o chefe do governo, Hugo Soares não tem dúvidas de que “vamos chegar ao final desta legislatura e Pedro Passos Coelho vai renovar o seu mandato”, ainda que assuma que “estamos num limiar em que as pessoas não suportam mais sacrifícios para ter uma vida condigna”. Ao mesmo tempo, acredita que “no final do seu percurso enquanto primeiro-ministro, vamos dizer que este foi um dos melhores que Portugal teve”.
Durante o último ano esteve mais afastado da militância activa, período em que assumiu a presidência da Mesa do Conselho Nacional. À chegada ao cargo máximo da jota, mais do que olhar para os colegas de partido, Hugo Soares sublinha que vai procurar ser o “líder da juventude em Portugal”, uma tarefa que assume desde ontem, depois de ter visto a sua moção à presidência da JSD ser aprovada pelos jovens companheiros de partido, no XXII Congresso. Garante que à JSD não faltará “autonomia” em relação ao governo, mas não será ele a levantar possíveis ondas de contestação.
Fonte: ionline

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