Rentrée
Pré-Autarquica

Assim, o início do
processo autárquico teve na data 5 de Agosto a entrega de listas candidatas a novos
autarcas… e desde então a temperatura subiu e com tendência a elevar ainda mais.
Mas vamos por
partes, Ribau Esteves avança apoiado por PSD/CDS/PPM com a designação “Aliança
com Aveiro”, mas o Tribunal Constitucional ainda pode confundir a candidatura,
“chumbando” o nome dos autarcas com mais de três mandatos consecutivos que
sejam novamente candidatos, decisão que será tomada nos próximos dias, e
apresentou Nogueira Leite para candidato à Assembleia Municipal, um homem que
dispensa apresentações, mas que se afirma disponível para ajudar a sua cidade
nesta missão, uma aposta forte da candidatura numa “figura nacional” que se diz
fruto da diáspora aveirense! Tanto em termos de lista à Câmara, como da lista à
Assembleia Municipal onde o número dois e três são a presidente do CDS e o
presidente do PSD a renovação é profunda, sinal de rutura com o passado.
Élio Maia, atual
presidente da Câmara, entregou a sua recandidatura como “Juntos por Aveiro”,
algo que gerou algum desconforto naqueles que com ele foram portadores desta
designação em 2005 e 2009, e que agora estão com outro candidato, mesmo assim a
candidatura avança, com um numero de assinaturas muito superior ao exigido
legalmente, com candidaturas em todas as juntas e renovação da lista à Câmara,
passando alguns dos atuais vereadores para a lista à Assembleia Municipal,
Maria da Luz Nolasco é terceira e Carlos Santos, vice-presidente durante os
últimos 8 anos e antigo candidato do PSD à autarquia aveirense é o cabeça de
lista, um homem de confiança que afirma ter suspendido a sua militância do PSD
por desacordo com as politicas nacionais, mas uma pergunta fica no ar, porquê
só agora? Parece que só agora deu jeito…
Eduardo Feio apresentou
também a sua lista sem que houvesse uma grande cartada na manga, Filipe Neto Brandão
avança como cabeça de lista à Assembleia Municipal com uma lista mais fraca do
a que atualmente compõe a bancada do PS, a exclusão de Pedro Pires da Rosa
nomeadamente pode ser um passo em falso em termos eleitorais. A menor notoriedade
do candidato à camara face aos opositores obrigou a alguém como Alberto Souto a
vir do Luxemburgo ajudar na campanha. Reconheço que ao ver Feio e Souto juntos,
muitas memórias me passaram pela cabeça, mas já passaram oito anos desde que a
JSD foi parte liderante da derrota de Alberto Souto. Parece-me que o PS
concorre para piorar o resultado eleitoral de 2009, sem projeto, sem chama, sem
presença.
No espectro mais à
esquerda a CDU conseguiu voltar a apresentar candidatos em todas as freguesias,
ao contrario do BE, aguardemos pelos resultados de dia 29 para aferir se o
estilo de politica do BE com o qual discordo profundamente, do estilo e das
ideias, volta a ter melhores resultados que a CDU, que apesar de ideias
divergentes das minhas, as apresenta com uma honestidade intelectual muito
superior ao BE.
Mas, regressemos
aos mais sérios candidatos à autarquia, Ribau Esteves e Élio Maia, que poderão
favorecer o PS em algumas situações fruto da divisão de votos, com certeza
registarão o mesmo espaço politico. Élio surge no espaço político de Ribau
Esteves, mas qual será a força eleitoral do atual presidente de câmara, pois
afirma ter recolhido 8000 assinaturas para a sua candidatura independente, o
que pode ser significativo no próximo dia 29, se assinaturas representarem
votos e confundir as contas de uma possível maioria absoluta por parte de Ribau
Esteves. Por isso o extremar de posições de ambas as partes no período de
pré-campanha a que temos assistido e total esquecimento de um PS que ainda não
veio marcar território de forma inequívoca! Cenas dos próximos capítulos a
serem interessantes de seguir.
Por fim gostaria de
deixar algumas notas finais, um reconhecimento ao trajeto intelectual,
concordando ou não com o mesmo, de António Borges falecido recentemente que foi
marcante na sociedade portuguesa e sempre com uma linha orientadora muito
própria.
Relembrar as vidas
perdidas no combate aos fogos e perguntar quando, quando deixaremos de ter
fogos iniciados por descuido, por fogo posto? Quando? O Estado não dá o exemplo
e não limpa a mata que lhe pertence, mas os particulares não ajudam em nada, e
salvo raras exceções, o estado da mata é similar, juntando os “pirómanos” que
andam por aí a por fogo a tudo temos um Portugal a arder, a desperdiçar recursos
e a tirar vidas a Bombeiros quando assim não tinha de ser!
Tal como no último
texto onde a questão que coloquei não necessitou de resposta pois Passos Coelho
e Portas continuam a governar Portugal, apenas Seguro parece estar a definhar
politicamente após a proposta de Cavaco nos primeiros dias de Julho, terminarei
também este como uma interrogação relativa ao Tribunal Constitucional.
Quando aprovarão os
senhores juízes do Constitucional alguma medida proposta por este governo que
permita mudar alguma matéria substantiva em Portugal, sem consequente aumento
de impostos? Parece cada vez mais que a única medida constitucional é deixar
tudo na mesma e aumentar impostos, mas o povo já não tem para pagar! Razão
tinha Passos Coelho quando se candidatou ao PSD e defendia a revisão da
Constituição!
Bruno Costa
Membro
da Assembleia Municipal de Aveiro
Ex-Presidente da JSD Aveiro
Sem comentários:
Enviar um comentário