quarta-feira, 10 de abril de 2013

Resgate de uma geração

Bruno Costa, Membro da Assembleia Municipal de Aveiro, inicia esta quarta-feira dia 10 de Abril uma nova rubrica no blogue da JSD Aveiro.

A partir de hoje e todos os dias 10 de cada mês, Bruno Costa, Presidente Honorário da JSD Aveiro, irá expor aqui o seu ponto de vista sobre a actualidade política regional, nacional e internacional.

Para além de ex-presidente da JSD Aveiro, Bruno Costa foi já vogal da Comissão Política Nacional e Conselheiro Nacional, tendo sido também eleito recentemente como militante honorário da JSD Nacional.

"Resgate de uma geração" foi o título escolhido pelo primeiro cronista deste blogue.


Um País Inconstitucional!


Um desafio efetuado pela Concelhia da JSD que de pronto aceitei, por ser autarca eleito pela estrutura, por não esquecer as minhas origens politicas… Assim passarei a assinar um artigo de opinião mensal no blog da estrutura local sobre os factos mais relevantes da atualidade e dos últimos meses, que têm sido férteis em fenómenos políticos, uns positivos, outros nem tanto…
 O regresso de Sócrates, no canal do serviço público, a RTP, é talvez o mais controverso dos últimos acontecimentos. Dois anos depois, o ex-Primeiro-Ministro quebrou o silêncio (que devia ter continuado, a bem da nação) numa entrevista de puro revanchismo com alvos devidamente selecionados, nomeadamente o Sr. Presidente da Republica, insinuando que havia sido um dos responsáveis pela sua saída e nunca a sua incapacidade para liderar o País em determinado momento. Mas num curto exercício de memória vale a pela recordar o ex-Presidente Jorge Sampaio que mediante a saída de Durão Barroso para Bruxelas, aceitou a indicação de Santana Lopes para Primeiro-Ministro, apenas porque o PS de Ferro Rodrigues não estava preparado, mas quando o mesmo Sócrates assumiu o PS, rapidamente o ex-Presidente destituiu a Assembleia da Republica, tinham passado três/quatro meses, Sócrates com dois pesos e duas medidas… Mas o mais grave de toda a entrevista, foi a sua incapacidade para assumir responsabilidade na situação passada e atual do País e redimir-se. Foram demasiados anos de governação, primeiro ao lado de António Guterres (que já assumiu alguma da responsabilidade e pediu desculpa, não resolve mas fica-lhe bem!!!) como membro do Governo e posteriormente como Primeiro Ministro, que ao melhor estilo Soarista convocou o FMI e a Troika para ajudar a governar Portugal.
O regresso cuidadosamente preparado não é inocente, curiosamente considero que não é mais perigoso para o Governo do que para o próprio PS, senão vejamos, Seguro viu-se obrigado a apresentar uma moção de censura à pressa e sem qualquer proposta alternativa ao que tem sido a atividade governativa para marcar posição, e em politica, quando se censura deve-se dizer porquê e propor alternativas, Seguro falhou, e ao afirmar recentemente relativamente à decisão do Tribunal Constitucional, “Quem criou o problema, que o resolva!!!”, falhou novamente, parece-me que face a quinze anos de governação socialista nos últimos 20 anos em Portugal, todos sabemos quem criou o problema maior…
Noutro campo, sindicatos e patrões propõem, num consenso estranho, o aumento do salario mínimo para 500€, proposta interessante e que ajuda quem mais precisa, mas logo condicionaram a proposta a uma descida da TSU, justificando o consenso momentâneo! Obrigando mais uma vez a ser o estado ou todos nós, conforme o ângulo pela qual desejemos analisar, a pagar a proposta de sindicatos e patrões. É necessário recolocar a economia a funcionar de forma efetiva, sem subsídios e dependência do estado!!!
Por fim, o Tribunal Constitucional achou que devem ser tratados como iguais, aqueles que são em tudo diferentes, trabalhadores do publico e do privado, chumbando quatro normas constantes no OE2013, mostrando que ainda não percebeu a latente inconstitucionalidade da situação de emergência de Portugal, motivado pelo sucessivo desgoverno durante anos, efetuado por aqueles que hoje dizem “és muito novo”, mas no passado tiveram todas as oportunidades com a idade desta geração, que hoje luta por um resgate efetivo da situação muito grave de desemprego jovem, gerando uma nova diáspora portuguesa, fugindo do nosso investimento em educação para o estrangeiro.
Em suma, faltam lideres, grandes lideres europeus, como os que governavam no passado a Velha Europa para que possamos não ter de assistir a exemplos como os que Seguro, por exemplo, tem dado nos últimos tempos.
Quanto mais fortes são as oposições, mais fortes serão os Governos!

Bruno Costa
Membro da Assembleia Municipal de Aveiro (PSD)
Ex-Presidente JSD Aveiro


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