O Governo de Portugal anunciou na passada semana um reforço de cerca de 12 mil vagas disponíveis para ingresso no Ensino Profissional.
A Coordenadora Nacional para os Ensinos Básico e Secundário da JSD encara o Ensino Profissional e a aprendizagem das profissões como vias fundamentais para a competitividade, advogando que uma aposta séria neste sector contribuirá decisivamente para a qualificação de quadros portugueses e uma melhoria nos índices de produtividade da economia nacional.
A aposta do Ministério da Educação e Ciência no ensino dual não podia, deste modo, fazer mais sentido. A própria experiência internacional, em particular de alguns países mais industrializados da União Europeia, confirma a nossa perspectiva.
Neste sentido, a Coordenadora Nacional para os Ensinos Básico e Secundário da JSD congratula o Ministério da Educação e Ciência por reforçar a sua aposta no Ensino Profissional, tornando públicas, no entanto, algumas preocupações quanto à forma como as medidas agora apresentadas poderão vir a ser implementadas.
Salientamos a necessidade de, além de um Ensino Profissional mais inclusivo, se criarem condições para uma credibilização deste sector, reconhecendo o trabalho de grande qualidade que é desenvolvido por várias Escolas Profissionais em Portugal, apostando no rigor e na exigência, desmistificando o mito de que o ensino profissional é um caminho alternativo para aqueles alunos que não querem prosseguir estudos por incapacidade, delinquência ou falta de interesse no aprofundamento do estudo, mas é um caminho prático de entrada no mercado de trabalho.
Assim, o ajustamento seguido nos níveis de exigência escolares não se deve, unicamente, focar no Ensino Secundário, dito tradicional, devendo ser criadas condições para uma formação séria e exigente, que capacite todos aqueles que não tenham vocação para prosseguir estudos académicos e que pretendam ingressar em Cursos Profissionais. Tal é crucial não só para o seu desenvolvimento enquanto indivíduos, mas também para o desenvolvimento e a modernização das práticas industriais e da economia nacional.
Apesar de tudo, porém, face a este reforço de vagas no Ensino Profissional, a nossa preocupação imediata é alertar para a necessidade de o Ministério da Educação e Ciência assegurar que as vagas agora criadas correspondem às necessidades industriais e económicas da sua área de influência.
Julgamos, assim, que o reforço de vagas numa dada Escola Profissional deve ter em conta as características do mercado de trabalho e do tecido empresarial que o circunda, sob pena de este novo investimento se traduzir num mero acréscimo de despesa pública e, simultaneamente, dos níveis de desemprego, sem trazer qualquer retorno para a economia e, consequentemente para o Estado.
A Coordenadora Nacional da JSD para os Ensinos Básico e Secundário advoga, em suma, que deve haver especial preocupação e prudência na distribuição das vagas disponíveis, tendo em conta as características económicas do país e da sua população.
Em conclusão, acreditamos que o conhecimento de Portugal, da sua população e da sua economia é um dos elos fundamentais para uma política educativa de sucesso, sendo grande a responsabilidade de garantir um sistema de ensino que promova uma entrada qualificada no mercado laboral e, simultaneamente, a concretização dos objectivos de vida de cada um, sendo que acreditamos que esta é uma medida que visa responder a esse mesmo desígnio.
Fonte: JSD
Fonte: JSD
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