Exmos Senhores
A JSD Aveiro vem, por este meio, comunicar a vossas excelências as declarações de desagrado por parte de estudantes universitários, atletas e treinadores, quanto ao estado de conservação, da pista de atletismo, da Universidade de Aveiro.
Ao longo dos últimos meses temos vindo a receber algumas queixas da falta de condições que o recinto tem neste momento para a prática da modalidade, a todos os níveis.
Construída no início da década de 2000, a pista apresenta-se hoje num elevado estado de degradação, como foi possível verificar na deslocação ao local. Como devem saber o “tartan” encontra-se desgastado de tal forma que em certos sítios já não existe (!), este piso está também com problemas devido a erosão provocado pelo contexto geográfico onde se insere, onde o vento, sol e água salgada contribuem para este factor. O último tratamento feito à pista, no primeiro semestre de 2008, contribuiu (estranhamente) inclusive para o aceleramento da erosão da superfície.
Para além disso, é possível verificar um desnivelamento do terreno, o que torna impossível o treino durante os dias de chuva, já que cerca de 150 metros de pista fica debaixo de água (literalmente). Isto em relação às disciplinas de pista.~
Quanto às restantes disciplinas é de realçar o estado completamente deplorável em que se encontram os colchões de salto, material bastante caro e que merecia outras condições de conservação, situação que não se verifica, visto que “vivem” ao relento, ao sol e à chuva, 365 dias por ano. Treinadores e atletas conseguiram ainda cobrir o colchão de salto em altura com uma “barraca” de chapa, que apesar de tudo não é o que realmente desejam, nem muito menos, aquilo que é necessário.
Nas disciplinas de lançamento, nota para as áreas de lançamento do peso que estão desgastadas, com desnível do piso e que pode criar lesões aos atletas.
A área para os saltos em comprimento, para além do desgaste acima já revelado do “tartan”, a todos os níveis, de sublinhar o mau estado da tábua de chamada e da caixa, que areia não tem muita, e que necessita realmente de uma reposição desta matéria.
O mau estado da relva acaba também por não contribuir, para todos aqueles que lá tiverem que correr, no entanto a JSD reconhece que esta área acaba por ser mais difícil de tratar devido à sobrecarga de utilização por várias modalidades.
Mais lastimável ainda é o nível de iluminação que o local tem, muito abaixo do aconselhável para a vista humana, com áreas escuras, nomeadamente na recta do lado da entrada, através do pavilhão, na pista.
Resumido que está, e de forma muito breve, o estado em que se encontra o recinto (algo que não se consegue observar quando se viaja de carro pela avenida da universidade) deixamos agora algumas informações que deveriam servir de preocupação, até pela própria reputação da Universidade de Aveiro, reconhecida a nível internacional:
a) A pista é utilizada por cerca de 200 atletas pertencentes ao distrito de Aveirob) De entre os treinadores, é de notar que alguns deles pertencem ou pertenceram às mais altas instâncias da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA);c) Alguns dos atletas que aqui treinam, têm estatuto de alta competição, representando a selecção nacional em eventos internacionais;d) Atletas olímpicos como Francis Obikwelu (recentemente medalhado de ouro nos campeonatos europeus de pista coberta e atleta olímpico medalha de prata dos 100 metros em 2004), Arnaldo Abrantes, João Ferreira e Ricardo Monteiro (que juntamente com Obikwelu obtêm o recorde nacional de estafetas 4x100 metros), deslocam-se à pista de Aveiro todos os anos para efectuar alguns treinos juntamente com o técnico nacional que aqui reside e treina;e) A FPA retirou recentemente a pista de Aveiro das pistas com condições para acolher provas nacionais devido ao estado em que se encontra;f) No âmbito da competição, “Campeonatos Universitários” o recinto podia ter um papel preponderante a nível nacional e até internacional recebendo finais europeias do torneio e aumentando a reputação da instituição;g) O espaço periférico da pista (deserto) leva uma total desorganização nas provas, com adeptos e público em geral misturando-se com os atletas, factor que não contribui para a boa performance dos mesmos;h) Fechada ao sábado, a pista torna-se inútil para muitos dos atletas que não estudando em Aveiro aproveitam o fim-de-semana para poderem ali treinar. Funcionaria também como uma fonte de receitas e de propaganda das instalações;i) O “ginásio”, “construído” de forma rudimentar pelos treinadores, não apresenta as condições necessárias para a utilização dos atletas, devido à falta de máquina e material recorrente;j) O suposto funcionário que deveria garantir a manutenção da pista nunca se apresentou a exercer tais funções naquele sítiok) Manutenção que acaba por ser feita com muito esforço pelos treinadores e atletas.
A JSD mostra-se triste com a situação, quando todo o recinto desportivo universitário (pavilhão polidesportivo) se apresenta em boas condições.
O facto de a equipa de râguebi passar a disputar ali os seus jogos contribui ainda mais para o desgaste do relvado e diminui (ainda mais) o espaço de treino dos atletas.
Pedimos a vossa atenção para este caso, numa altura em que tanto se fala da capacidade portuguesa para conseguir medalhas a nível europeu, mundial e olímpico, sem realmente darmos metade daquilo que é necessário a quem necessita para obterem bons resultados para o nosso país.
Portugal não é só do Presidente da República, não é só do Governo e nem é só de quem governa. Portugal é de todos e todos nós temos o dever de fazer o melhor pelo nosso país, tal como o fazemos como a nossa casa.
Situação também grave que o país atravessa devido á obesidade infantil e juvenil deve chamar ainda mais a atenção da Universidade para este facto, já que como estabelecimento de ensino assume responsabilidades a todos os níveis da educação.
A JSD Aveiro, dando voz aos jovens da nossa cidade, pede a máxima atenção para este caso, esperando sem dúvida uma resposta, que por certo será positiva.
A JSD Aveiro solicita assim uma resposta a esta situação.
A JSD Aveiro
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